Em um mercado tão competitivo quanto o da advocacia, a pergunta que muitos fazem é: o que realmente conta para chegar ao topo, a experiência prática ou os títulos acadêmicos? Uma pesquisa recente traz alguma luz para essa questão, indicando que a jornada para se tornar sócio em uma grande firma de advocacia pode valorizar mais a experiência do que a acumulação de diplomas.
O estudo realizado pela Análise Editorial, que analisou o perfil de sócios em quase 800 escritórios, apresenta números reveladores: 41% dos sócios possuem algum título de especialização, um terço possui um mestrado, 13% têm um LLM, 11% concluíram um doutorado, e 6% obtiveram um MBA. De forma surpreendente, quase 60% dos sócios alcançaram esta posição com apenas o diploma de graduação e a inscrição na OAB. A pesquisa foi publicada na edição 23/24.
Acho que temos horas de discussão para chegarmos a boas conclusões sobre esses números. Em primeiro lugar, alguém poderá dizer, com razão, que a titulação acadêmica é, sim, muito valorizada —afinal, 31% dos sócios têm um mestrado e 11% carregam um título acadêmico de doutor! Por outro lado, um outro poderá achar isso pouco para uma posição tão exigente.
Uma coisa é certa, sócios de escritórios precisam estudar muito, todo santo dia, especialmente diante de um cenário jurídico complexo e em constante mudança.
Do meu lado, ouço muitos sócios arrependidos por não terem continuado sua a formação acadêmica clássica no começo da carreira, quando podiam administrar melhor suas agendas. Os sócios sabem: quanto mais sobem no organograma, menos tempo sobra para a família, para os estudos e para tudo mais que não seja trabalho.
Também podemos estar vendo o retrato de uma época. A idade média dos sócios retratado na pesquisa é de 47 anos, refletindo uma geração conhecida por priorizar o trabalho sobre outras áreas da vida.
Agora estamos testemunhando uma nova geração assumindo postos de comando nos escritórios, com novos valores e outras prioridades. Vai ser interessante observar com eles vão se sair.
De qualquer forma, este panorama nos leva a uma reflexão profunda sobre o equilíbrio entre formação acadêmica e experiência prática no Direito.